CRÍTICA Annabelle 3 | Filme descontraído foge de sustos clichês!

Quem não conhece Ed e Lorraine Warren nos dias atuais? O famoso casal caiu nas graças do público após a estreia de Invocação do Mal, que mostrou um dos casos mais famosos dos demonologistas sobre uma família que teve problemas na casa em que compraram. E graças a esse filme, outros derivados do universo foram surgindo. Um deles, o mais famoso caso dos Warren, o da boneca Annabelle.

Após dois filmes, um completamente fraco e o outro mediano, o terceiro longa da história da boneca amaldiçoada conseguiu trazer tudo o que estava faltando nos outros dois títulos. Annabelle 3: De Volta para Casa parece ter se encaixado perfeitamente em sua lacuna do universo de Invocação do Mal.

A crítica não contém spoilers de Annabelle 3: De Volta para Casa.

Judy Warren e Annabelle

No terceiro longa, nos deparamos com um ambiente mais familiar, já que estamos dentro da casa dos Warren. Judy, a filha única do casal, precisará ficar sob os cuidados de uma babá, chamada Mary Ellen, enquanto seus pais fazem uma viagem.

O que era pra ser apenas um dia e uma noite afastada dos pais, acaba se tornando um verdadeiro tormento. Isso porque uma amiga de Mary Ellen, Daniella, que não foi tão convidada assim, quebra as regras de não entrar no quarto onde o casal Warren guarda os objetos amaldiçoados.

Para um estreante na direção, Gay Dauberman conseguiu trazer o que muita gente vinha reclamando há um tempo: os sustos. O cineasta é responsável por roteiros dos outros filmes de Annabelle e A Freira, que não caiu muito na graça do público. Mas em Annabelle 3: De Volta para Casa, o diretor se arriscou e mostrou que suas ousadas decisões se encaixaram bastante com a premissa do filme.

Annabelle 3 foge do susto clichê!

Annabelle 3: De Volta para Casa

Com um jogo de câmeras bem bacana de se notar, Dauberman instala logo de cara no espectador a tensão que ronda Ed e Lorraine por conta de seus casos macabros. É isso que faz com que o filme fuja do padrão dos outros e surpreenda o público. O clima tenso faz com que o espectador acredite que sustos previsíveis serão encontrados, se preparando para o que acontecerá. E isso gera uma frustração por ver aquele susto que não vem.

É aí que Annabelle 3 mostra para o que veio. Diferente de muitos filmes onde o espectador está esperando o jump scare (cenas de sustos), aqui ele é pego totalmente desprevenido. Esse ponto trouxe bastantes benefícios ao longa, que consegue pegar o espectador totalmente de surpresa enquanto assiste ao filme.

Prestando bastante atenção, é possível encontrar alguns easter eggs relacionados aos casos dos Warren. Além de garantir uma ótima visita pela reprodução do quarto dos artefatos que hoje é um museu na residência onde os demonologistas viveram a sua vida inteira.

A descontração foi bem dosada e mesclada perfeitamente ao elemento terror neste filme. Isto porque, mesmo com a tensão e o medo rondando o filme, há alguns momentos em que alívios cômicos foram encaixados perfeitamente e não quebram o tom assustador que o filme apresenta.

O filme conta com ótimas atuações

Mary Ellen, Danielle e Judy Warren

Mesmo aparecendo por poucos minutos, Vera Farmiga e Patrick Wilson mostram o porquê foram escolhidos para viverem o casal. Logo de início, eles conseguem roubar a cena e inserem o clima instável, semelhante ao de Invocação do Mal.

McKenna Grace se mostrou, mais uma vez, porque está ligada a grandes produções. Depois de A Maldição da Residência Hill, viver Judy Warren não seria difícil para a garotinha. No longa, nós vemos que ela não tem problemas com o trabalho de seus pais, mas sim, com colegas de escola que não entendem a profissão dos Warren.

Madison Iseman, que vive a babá Mary Ellen, apesar de ofuscada pela imagem da amiga de sua personagem, consegue passar uma boa atuação. Ela mostra que mesmo sozinha, Mary Ellen é capaz de lidar com o problema maior chamado Annabelle.

Katie Serife rouba toda a cena, o que faz com que ela seja mais protagonista do que a própria Mary Ellen. Sua atuação é tão boa que as atitudes de Daniela, sua personagem, faz com que o espectador já pegue birra dela no primeiro instante e mesmo vendo qual eram suas intenções, é impossível não ficar meio receoso com a garota.

Conclusão

Daniela e a boneca Annabelle

Annabelle 3: De Volta para Casa, mesmo com um final fraco, se tornará fácil o favorito do público. Principalmente por se encontrar perfeitamente depois de dois filmes. Um filme claramente mais jovial, o que dá uma repaginada na franquia, foi um risco que Gary Dauberman acertou pontualmente em correr, trazendo o melhor de dois mundos para um filme tão tenebroso.

Dica: preste atenção nas histórias que são citadas durante o filme. São novas ameaças que podem ganhar seus próprios filmes num futuro próximo.

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Mariana Lapeloso
Mariana Lapeloso
Mariana é estudante de jornalismo, geek, redatora e se arrisca a escrever algumas histórias em seu tempo livre.