Crítica Mulher-Maravilha: O filme de super-heróis que o mundo estava precisando

Os filmes do Universo Cinematográfico da DC Comics são conhecidos pelo seu tom sombrio e pesado, sendo que foi este um dos aspectos que mais incomodou a crítica após o lançamento dos filmes Batman v Superman e Esquadrão Suicida.

Ambos os projetos não foram acolhidos de forma consensual e a dupla DC Comics / Warner Bros estava agora começando a se sentir pressionada a lançar um filme que fosse um sucesso estrondoso, de outra forma o futuro deste universo poderia estar em risco.

Mas os deuses do Olimpo responderam às preces dos fãs da DC através da Mulher-Maravilha, um filme cheio de luz, cor, coração e uma história coesa, características quer fazem dele um dos melhores do gênero dos últimos tempos!

O filme não perde tempo

Mulher-Maravilha

Uma das principais falhas da maioria dos filmes de super-heróis é a falta de ritmo e o tempo que perdem explicando detalhes desnecessários, algo que neste caso não acontece. Mulher-Maravilha devia servir de exemplo para todos os diretores que estão trabalhando em novos projetos dentro deste gênero.

A história está extremamente bem construída, o processo de desenvolvimento da personagem de Diana desde criança até se tornar uma guerreira amazona demorou o tempo certo, sem deixar nenhum detalhe de lado.

Não existem momentos parados, cenas menos interessantes ou falhas de roteiro. O filme tem uma força incrível e um ritmo que vai deixar o espectador colado na tela do primeiro ao último minuto.

Visualmente extraordinário

Mulher-Maravilha

Mulher-Maravilha podia ser apenas um filme esteticamente bem construído, mas ele é muito mais do que isso. A diretora Patty Jenkins fez com que o longa tivesse a cor que faltava aos filmes da DC, sem que este ficasse desenquadrado do restante universo cinematográfico.

Mas, o mais surpreendente é mesmo o fato do filme conseguir ser extremamente colorido e vivo sem se colar aos projetos da Marvel. Mulher-Maravilha tem um visual único, criando desta maneira a sua própria identidade estética e que poderá servir de base para as restantes produções da DC Comics. Acredite, você nunca viu nada assim!

Os diálogos são extremamente cativantes

Mulher-Maravilha

Por vezes, mesmo em filmes de que gostamos, existem momentos e determinados diálogos que não captam a nossa atenção. É algo que infelizmente é bastante comum, seja por culpa do roteirista ou até mesmo do diretor que não souberam desenvolver bem o roteiro e a forma como as personagens se relacionam ao longo do filme.

Em Mulher-Maravilha não existe uma única palavra que você não queira ouvir. Os diálogos são tão interessantes que não existe um único momento em que você não esteja focado naquilo que está se passando na telona. 

Numa época onde a típica fórmula dos filmes de super-heróis está cada vez a ficar mais gasta, tornando os personagens desinteressantes e entediantes, Mulher-Maravilha dá um murro na mesa e apresenta um dos roteiros mais bem construídos dos últimos 10 anos.

Você vai ter dificuldades em recuperar o fôlego de tanto rir

Mulher-Maravilha

Todo mundo diz que os filmes da DC se levam muito a sério, que são super sombrios e que não têm qualquer tipo de humor. Felizmente, Mulher-Maravilha prova o contrário e entrega um longa divertido do início ao fim. Mas não espere piadas forçadas simplesmente para conseguir arrancar algumas gargalhadas da audiência.

O filme utiliza o humor de uma forma inteligente e nunca cai no erro de o fazer gratuitamente ou completamente desprovido de sentido. Curiosamente, quase todos os personagens têm um lado cômico associado à sua personalidade.

Uma das coisas que melhor resultou neste capítulo foi o lado ingênuo da Mulher-Maravilha, assim que entra em contato com o resto da humanidade. Situações que para os humanos são totalmente normais, acabam por ser automaticamente tornados em momentos de comédia, por exemplo.

A química entre os personagens é perfeita

Mulher-Maravilha

É incrível como em Mulher-Maravilha todos os personagens são cativantes e interessantes e como a química entre eles resulta tão bem. Obviamente que Diana Prince e Steve Trevor têm destaque, contudo até os personagens menores (Antiope, Charlie ou Sameer) acrescentam algo ao filme.

É visível que Patty Jenkins deu especial atenção à forma como desenvolveu os personagens, e devemos reconhecer que esse esforço extra acabou por compensar, pois assim que saímos da sala de cinema, sentimos um carinho especial por todos eles.

Gal Gadot e Chris Pine estão incríveis

Mulher-Maravilha

Se o filme está bem acima da média, muito se deve às performances de Gal Gadot e Chris Pine. A atriz israelense calou muitos dos críticos que encheram as redes sociais de comentários negativos quando o seu nome foi anunciado para o papel da super-heroína.

O papel de Mulher-Maravilha fica tão bem a Gadot que nos arriscamos mesmo a dizer que podemos estar perante o nascimento de um ícone à semelhança daquilo que o ator Christopher Reeve foi para o personagem do Superman.

Mas o filme Mulher-Maravilha não depende única e exclusivamente de Gal Gadot, também o ator coadjuvante (que de coadjuvante tem muito pouco), Chris Pine teve uma excelente prestação. Durante o filme sentimos que Steve Trevor é mais do que um personagem secundário, mas sem nunca ofuscar a personagem principal.

Um filme para a humanidade

Mulher-Maravilha

Mulher-Maravilha é muito mais que um filme de super-heróis, ele é uma verdadeira homenagem à humanidade e uma lição para todos aqueles que estão passando por momentos menos bons.

O filme preenche o espectador com um sentimento de esperança e de fé na humanidade. Curiosamente esta mensagem se sobrepõe à mensagem feminista que estava sendo esperada por todo o mundo. Mulher-Maravilha é inspirador para qualquer pessoa (seja ela homem ou mulher). É bom sair da sala com o coração cheio e isso vale mais do que qualquer nota no Rotten Tomatoes.

O Universo Cinematográfico da DC Comics está vivo e como isso é bom!

Atualizado em
Francisco Quintas
Francisco Quintas
Formado em Relações Internacionais, devora dezenas de quadrinhos todas as semanas e ainda sobra tempo para cinema e séries.