CRÍTICA Hellboy | Faça um favor a si próprio e não veja esta desgraça

Depois de dois filmes imaculados dirigidos pelo gênio Guillermo Del Toro, a Dark Horse decidiu fazer um reboot na franquia, pois os filmes anteriores, apesar de terem sido um sucesso entre a crítica, foram um pouco tímidos nas bilheterias.

E inicialmente parecia que uma boa equipe tinha sido escolhida. Neil Marshall foi o diretor responsável para revitalizar a franquia Hellboy e o ator, David Harbour, para dar vida ao grande demônio dos quadrinhos.

Contudo, e para grande decepção por parte dos fãs, este novo Hellboy deixa muito a desejar, chegando até a ser rebuscado chamar a esta verdadeira desgraça de "filme".

Um violento aborrecimento

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Não basta ter um personagem icônico dos quadrinhos e ter luz verde para usar violência para fazer um bom filme de super-heróis, e Hellboy é um exemplo disso mesmo.

O diretor Neil Marshall abusou de utilização de sangue, decapitações e outras cenas super violentas ao longo do filme, acabando por tornar tudo tão gratuito e desinteressante que a única reação que essas cenas despertam no espectador é de um gigante aborrecimento.

Pensamos que esta fórmula já estava gasta e que não iria ser utilizada num filme como Hellboy, mas com muita pena Neil Marshall apostou (erradamente) nisso.

Cadê o protagonista?

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É certo que, depois da interpretação de Ron Perlman, não ficou fácil para nenhum ator substituí-lo no papel do gigante vermelho Hellboy. Mas quando foi anunciado que seria David Harbour a dar vida ao personagem no novo filme, a reação dos fãs foi bem positiva.

David Harbour ficou a dever muito a Stranger Things por essa reação positiva, uma vez que o seu personagem se tornou facilmente um dos favoritos dos fãs da série da Netfilx.

Mas o que vimos em Hellboy foi uma verdadeira decepção. David Harbour é incapaz de colocar qualquer tipo de dinamismo no personagem, não passando emoção alguma para o espectador.

O restante do elenco não salva o filme

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A atuação de David Harbour pode ter deixado muito a desejar, mas será que podemos dizer o mesmo do restante do elenco do filme Hellboy? Mais uma vez se prepare para ficar decepcionado.

Não existe um único personagem, uma única atuação digna de destaque. Durante todo o filme, os atores parecem estar ali apenas para receber a grana, não mostrando nenhum tipo de dedicação ou de paixão por aquilo que estão fazendo.

Destaque ainda para Milla Jovovich, que parece mais uma vez seguir a fórmula daquilo que fez em Resident Evil, apresentando uma performance verdadeiramente miserável.

Que trama é essa?

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Se você entrou na sala de cinema pensando que ia assistir a um filme emocionante, cheio de ação e com uma trama apaixonante, então chegou a hora de repensar tudo isso.

Não existe nada, um único detalhe da trama, que deixe o espectador colado à telona. Tudo ao longo do filme é extremamente previsível e não oferece nada de novo ao gênero de super-heróis.

Mas, provavelmente, o maior problema é que tudo o que acontece parece ser reversível, não oferecendo qualquer tipo de emoção.

Mas e a nível visual?

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Guillermo Del Toro ofereceu aos fãs dois filmes do Hellboy verdadeiramente deslumbrantes, com adereços incríveis e efeitos práticos de deixar qualquer um de boca aberta. No entanto, o novo filme do Hellboy é o verdadeiro oposto do que aconteceu no passado.

O longa utiliza em demasia efeitos especiais e a imagens desenvolvidas artificialmente, tentando oferecer ao público um espetáculo visual que só acaba por transformar isso tudo num aparato desnecessário.

Além disso, Hellboy tem graves problemas de efeitos especiais, com várias cenas que parecem ter sido finalizadas com pressa.

Hellboy poderia ter dado certo, mas tudo o que podia correr mal acabou mesmo por correr da pior maneira, acabando por não existir nada para retirar de positivo deste filme.

E você, o que achou de Hellboy? Amou? Odiou? Deixe a sua opinião nos comentários!

Atualizado em
Francisco Quintas
Francisco Quintas
Formado em Relações Internacionais, devora dezenas de quadrinhos todas as semanas e ainda sobra tempo para cinema e séries.